VIDA E OBRA DO PINTOR MIGUEL WESTERBERG


A ULTIMA LAGRIMA
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miguel westerberg com seu avô – 1972

Este livro revela fatos importantes e curiosos da vida e obra do artista plástico Miguel Westerberg. Seu nascimento e infância conturbada; o primeiro contato com a arte e os conflitos de um adolescente em busca de um espaço só seu, mesmo que em qualquer parte do mundo; retrata as lutas travadas por um homem interiormente solitário e as muitas desilusões vividas em busca de um alguém que o ajudasse a minimizar o imenso peso da solidão que há muito o perseguia. Contudo, foi somente em forma de versos e prosas que conseguiu exteriorizar todas as diversidades de conflitos internos que o afugentavam e o aprisionavam destro de si mesmo.
Na pintura encontrou uma forma de retratar as desigualdades do mundo a sua volta, bem como de expor o oculto, o abstrato e o misticismo existente na particularidade de cada ser, quer seja ele um simples objeto, paisagem ou pessoa retratada, pois o seu principal intuito foi sempre definir o indefinido e encontrar explicações para o que sempre fora julgado inexplicável pela maioria das pessoas, por isso, é relativamente visível nas suas obras um misto de paradoxos e metamorfoses.

VIDA E OBRA DO PINTOR MIGUEL WESTERBERG
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FRAGMENTOS DE UMA VIDA

Miguel Ângelo Pimenta Migueis Einar Westerberg nasceu em 31 dezembro de 1972, às 23h33min, véspera de ano novo. Sua mãe deu-lhe o nome Miguel Ângelo com o propósito de homenagear o famoso pintor italiano Michelangelo Buonarrot, se opondo a vontade do pai de Miguel Westerberg, Fred Eiver Westerberg [Sverige], que queria dá lhe o nome de Valentin Einar Westerberg, seu avô. Contudo, prevalece à vontade da sua mãe, Maria Antonieta Pimenta Migueis, filha de nobres, que vêm a perder em parte o seu patrimônio em 5 de outubro de 1910 com a queda da monarquia Portuguesa. Parte dos bens passa a pertencer ao estado republicano e a outra parte é dividida pelo resto da família. A concentração da maior parte fica nas mãos do avô – Mario Rodrigues Miguéis – que acaba por desperdiçar em viagens pela Europa, com o intuito de visitar as ruínas da segunda grande guerra mundial. Regressa a Portugal dois anos mais tarde, após ter se filiado ao partido comunista francês e, por aderir a suas idéias, extremamente proibidas pela ditadura de Oliveira Salazar, é obrigado a exilar-se na França por um certo tempo. Por não chegar ao conhecimento da PIDE, que ele já se encontrava fora do país, perseguem um indivíduo que é confundido com ele e o mesmo é barbaramente assassinado, pondo um fim à sua perseguição. Anos mais tarde volta a residir definitivamente em Portugal, casa-se e tem duas filhas, passando ai a dedicar os últimos anos de sua vida a pintura Naif apenas como um hobby. Sua filha mais velha, Maria AntonietaPimenta Migueis, por motivos de conflitos com o pai, decide sair de casa aos 16 anos e, devido às dificuldades que vem a enfrentar, é obrigada a se prostituir para sobreviver. Passa a freqüentar bares alternos junto ao cais de Matosinhos – Porto, onde conhece alguns marinheiros. Entre eles o sueco Fred Eiver Westerberg, cujo pai também tem uma grande aptidão para pintura, escultura e poesia.
METAMORFOSE
Vindo ao mundo em uma época bastante conturbada, quando o país ainda se encontrava sob o domínio de uma ditadura fascista, que forçou uma grande parte da população a viver em condições existenciais sob humanas, acaba por enfrentar, juntamente com seus irmãos, as fortes dessa conseqüências desse período. Em 25 de abril 1974, o regime de Marcelo Caetano é derrubado pelas forças armadas e ele é deportado para o Brasil, onde veio a falecer em exílio. Em Portugal surgem novas idéias políticas, que geram reformas constitucionais e põe fim à guerra de Ultramar, que dá inicio a descolonização e independência a Angola, Moçambique, Guiné-bissau, Timor, São Tomé e Príncipe, dentre outras, causando receios de rebelião devido ao colonialismo que durou aproximadamente 500 anos. O país passa a enfrentar a sua maior crise, fazendo com que os colonos luso-africanos, sejam obrigados a imigrar para um país que até então pouco ou nada lhes dizia respeito. Devido às más condições financeiras, sua mãe é obrigada a viver na zona da Ribeira no Porto, ocupando apenas um cômodo de um prédio demasiado úmido e velho, onde viviam cerca de aproximadamente 20 famílias, que dividiam um banheiro coletivo e sem chuveiro, fato que levava os quatro irmãos a utilizarem-se da janela existente no quarto para despejar suas necessidades fisiológicas, já que a mesma era de frente para o rio Douro. A essa altura, pela primeira vez, recebe a visita do seu avô paterno, Valentin Einar Westerberg, que veio da Suécia – Gotenborg, para conhecer seus netos. Dois meses depois Miguel Westerberg, acaba por vir a sofrer, em parte, todas essas pressões, contraindo uma forte pneumonia, que o a deixou hospitalizado por um período aproximado de dois anos no hospital do Monte da Virgem, localizado na Vila Nova de Gaia. Após sua recuperação, sua mãe decide regressar a Lisboa com seus filhos.
A continuação desse relato será descrito pelo próprio Miguel Westerberg, em uma das cartas enviada a um amigo.
“Caro amigo em continuação da carta que te enviei,
gostara de te escrever um pouco mais sobre mim.

Lembras de quando te falei sobre a minha passagem pela Mitra em Lisboa? Então, vou te contar por escrito da melhor forma possível, pois na verdade não me lembro muito bem como fui parar lá, apenas sei o que o meu querido irmão Henrique me contou, sim, que a minha mãe nos tinha deixada numa pensão em Lisboa, enquanto ia “ganhar a vida” e como éramos muito pequenos, cada um se virava como podia. Normalmente era o Carlos Henrique que tomava conta de nós, mas já deves estar a imaginar como é uma criança de 10 anos a tomar conta de outras três: eu, a Mariana e a Tânia. Certa altura as pessoas da pensão decidiram que não estavam para agüentar tal coisa e chamaram a policia enquanto a minha mãe estava fora. Depois disso fomos levados para a Mitra, creio que por volta do ano de 1976. A minha mãe ainda nos tentou tirar de lá, mas foi tudo em vão, pois a vida que ela levava, de acordo com as autoridades, era uma vida que não dava estabilidade a uma família, devido à prostituição a qual se submetia para nos sustentar. Foi por esse motivo que ali fomos parar e hoje pela manhã me veio à mente alguns dos momentos vividos naquela instituição. Uma das primeiras coisas que me recordo é de que dormíamos todos em um grande dormitório, meninos de um lado e meninas do outro. Para ir ao quarto de banho tinha que passar por um corredor no qual havia no chão um pavimento em vidro e numa certa noite, enquanto me encaminhava para o dito quarto de banho, ao passar por esse mesmo pavimento, reparei que um dos vidros estava quebrado; senti uma certa curiosidade e acredita, antes não tivesse espreitado, pois durante anos afim essa mesma visão me perseguiu. O que vi foi nada mais nada menus do que um morto dentro de um caixão e ao seu lado uma viúva que o velava com prantos e lagrimas. A partir desse dia nunca mais fui o mesmo e a noite eu preferia urinar na cama a ir ao quarto de banho. Isso passou a me ocorrer até aos 15 anos e por mais que alguém tentasse me acordasse durante a noite, eu não conseguia evitar.

Há coisas que nos acontecem e que nem mesmo sabemos o porquê…, enfim! Outra ocasião, quando fui separado das minhas irmãs, o que me fez sofrer ainda mais, para ficar em um setor só de rapazes, a minha mãe foi me visitar e está foi à única vez em que me lembro de tê-la visto. Por mais estranho que te possa parecer, senti muito medo quando a vi, acho que devido ater ficado ali naquele lugar sempre fechado e sem contacto algum com o mundo exterior, pois eu era moço e vivia apenas com moços que como eu não tinha quem pudesse cuidar deles…, éramos crianças abandonadas.

Lembro-me de que alguns dos meus amigos me agarraram pelas pernas e braços na tentativa de me levarem para junto dela, mas mesmo assim, eu queria fugir e eles riam de mim sem parar. Na verdade, esta é a única imagem que tenho da minha mãe: ela vestida com trajes hippie, saltos muito altos, calça a boca de sino, cabelos compridos e uns grandes óculos que envolviam todo o seu rosto, para não falar nos seus lábios com um vermelho bem garrido.
Hoje isso pode parecer natural, mas naquela altura, como o país era muito atrasado, quem se vestia assim era considerada louca. Outra prova que tive que enfrentar foi a de ir à escola, pois no caminho tinha que passar por a tal casa mortuária. Para um adulto parece ser a coisa mais comum do mundo, mas para mim que era apenas uma criança, cada vez que eu tinha que passar por lá morria de medo e tinha sempre que esperar os meus amigos para irmos a escola. A minha sorte foi que passado dois meses eu sai do jardim infantil e fui para um setor só de rapazes, evitando assim aquele trajeto aterrorizante.
Como éramos todos pobres, as roupas que tínhamos no corpo era dada por varias instituições e só as trocávamos uma vez por semana. Havia uma mesa grande com cerca de dois metros por um e meio aproximadamente, onde um agente da policia com um lençol branco amarrado pelas pontas despejava as roupas. Ele abria-o sobre a mesa e cada um tinha que se virar…, era uma confusão tão grande que se não nos apressássemos levávamos apenas o que sobejava. Muitas vezes cheguei a andar com calças bem largas e sem meias, mas durante a semana íamos trocando uns com os outros, pois era impossível estar vestido naquelas condições.
Tinha também alunos muito agressivos e o pior deles era o Zarolho, que adorava lançar pedras nas nossas cabeças. Certa altura, já adulto, fui a Mitra e dei de cara com ele. Estava tão mudado que só o reconheci por causa da expressão do seu olhar. Não lhe disse nada, pois senti certo receio em fazê-lo. Acho que ele estava a trabalhar por lá, não estou bem certo disso. À noite, antes de irmos nos deitar, havia uma sala onde todos ficavam forçadamente sentados, de frente para televisão, sem poder falar ou rir. De todas as coisas absurdas que passei na minha vida, está foi sem duvida a pior, pois quem abrisse a boca para falar ou rir ficava de castigo. O castigo era bem duro: ficar de joelhos virado contra a parede e o pior de tudo era que, quem tomava conta de nós eram os rapazes mais velhos, que faziam questão de abusar dos mais novos.

Passei por muitas outras experiências dolorosas e alucinantes, que nem é conveniente relembrar, mas tive experiências positivas também. Foi nesse mesmo orfanato, que tive meu primeiro contato com a arte, acho que por volta dos oito anos de idade. Esse contato se deu em uma verificação de nível de conhecimentos adquiridos pelas crianças, onde o intuito da assistente social era medir a capacidade artística de um determinado grupo de alunos, no qual eu estava inserido. Com uma quantidade de argila, pude retratar uma imagem tridimensional de um elefante, que dias antes tinha visto em uma visita que fiz com meu avô paterno ao jardim zoológico, causando desde então a primeira expressão de espanto diante dos meus colegas ao constatarem a perfeição do meu trabalho. Também me recordo, com um misto de pesar e alívio, do dia que meu irmão foge do orfanato, por volta de 1979 e passa a residir no Colégio da Oficina de S. José no Porto.
Termino assim esta carta e espero que, através desse relato venhas a conhecer e entender um pouco mais sobre a minha maneira de ser e ver o mundo por vários ângulos e perspectivas diferentes.

Miguel Westerberg
Uma vez por ano o seu avô paterno o visitava e, em uma dessas visitas o levou ao zoológico, fato esse que o inspirou a moldar um elefante em argila e fazer o seu primeiro trabalho artístico. Quando o seu avô decide tira-lo do orfanato e leva-lo para morar com ele na Suécia, sofre um ataque cardíaco dentro de um táxi, já em Lisboa, por estar demasiadamente emocionado com a perspectiva de poder vir a ter o seu neto consigo. Anos mais tarde Miguel Westerberg toma conhecimento desse fato através do seu pai, que devido a sua profissão e ao alcoolismo, torna-se um pai extremamente ausente. O pouco contato que mantinham era através de cartões postais enviados ao filho de onde quer que se encontrasse ou então sempre que lhe era possível vir a Portugal. Em 1981 com idade de 15 anos, seu irmão Carlos Henrique, apesar de ser menor, toma a iniciativa de retornar à Mitra levando consigo o pai de Miguel Westerberg, a fim de transferi-lo para a Oficina de São José na cidade do Porto, onde ele já vivia. Ao chegarem ao colégio enfrenta a resistência do padre Alberto Assunção Tavares, diretor da instituição em ficar com ele por não ter sido devidamente informado da sua transferência com antecedência. O caso é levado ao tribunal de menores do Porto e por fim o padre se responsabiliza pela sua tutela até que viesse a completar seus 18 anos. Na Oficina de São José passa a viver uma nova experiência de vida, que não foi menos traumática, principalmente nos dois primeiros anos, quando vem a sofrer algumas agressões por parte das gangues do bairro da escola nº. 65 e do próprio irmão, que devido à falta de paciência em ter que lhe ensinar como se vestir e comportar-se, o agredia constantemente. Isso o leva a refugiar-se nos desenhos como uma forma de não ter que encarar a dura realidade em que fora submetido e desencadeia a falta de interesse pelos estudos. Passa, a partir dai, a dedicar-se quase que totalmente aos seus desenhos e, mais tarde, descobre o prazer de se pintar uma tela. De acordo com os próprios relatos de Miguel Westerberg, os dias na oficina de São José eram desta forma:
Acordamos por volta das sete horas da manha, o monitor que estava de serviço batia palmas e passava por cada quarto mandando-nos levantar. Fazíamos a nossa toalete e nos vestíamos para irmos tomar o café da manha, mas antes tínhamos que ir de dois em dois a carpintaria pegar um cesto de lenha para o fogão da casinha.Entravamos no refeitório e comíamos um pedaço de regueifa e café com leite. Depois alguns iam a escola, localizada fora do colégio, outros tinham que fazer limpeza, varrer os corredores e banheiros e os demais tinham que ir para a encadernação, tipografia ou carpintaria. Eu normalmente ia para a encadernação durante toda a manhã para dobrar folhas ou alcear cadernos para fazer blocos de recibos. As vezes chegavam livros para encadernar e dentre eles, toneladas de diários da republica, que só de ver dava desespero e vontade de chorar, pois tínhamos que coser os livros a portuguesa ou a francesa por horas a fio. Por volta do meio dia o seu Joaquim tocava o sino e todos nós, em fila indiana, entravamos no refeitório para almoçarmos. Após o almoço, alguns iam para a escola e os outros para os postos de trabalho.
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Como a escola era fora do co légio saiamos sempre em grupo, pois os outros alunos dessa mesma escola eram muito rebeldes e adoravam implicar conosco. Isso me causava medo e raiva por ter que sempre procurar uma forma de fugir deles para evitar confrontos. Eram os rapazes das fontainhas e da rua escura. Com o passar dos anos eles me deixaram em paz debaixo de muitas lutas e sacrifícios, mas voltando a rotina do colégio, como o jantar era às oito horas, tínhamos que ir para a sala de estudo das 18 ate as 20 horas e só de pois quando sino tocava, sairmos para jantar. Os monitores não suportavam conversas nos horários de refeição, porque fazíamos muito barulho. Quando isso acontecia nos colocavam de castigo por aproximadamente duas horas sem podermos falar. Se nos comportássemos devidamente íamos para o recreio até as 22 h, retornávamos a sala de estudo onde ficávamos até as 23 h e só depois é que íamos descansar.

Eu ficava só em um dos quartos com janela que dava para ver o rio douro e a cidade Vila Nova de Gaia. Na verdade, da janela do meu quarto, eu podia ter uma paisagem deslumbrante que me fascinava. Os outros compartilham quartos que tinham entre três a seis camas. No fim de semana era diferente, principalmente no dia de domingo. Levantamos às oito para irmos a missa e só depois é que tomávamos o pequeno almoço. O restante do dia podíamos brincar, mas na hora do almoço, antes de sairmos do refeitório, cada um recebia uma pequena mesada entre cinqüenta a cem escudos, dependia da idade de cada um. Depois podíamos sair na parte da tarde para darmos um passeio pela cidade. Essa é uma das boas lembranças que guardo.
Sem duvida tive uma boa experiência na oficina São José do Porto, que contribuiu para a formação da minha personalidade e me marcou profundamente, devido às amizades que fiz durante esse período. Até hoje mantenho contato com alguns deles:
Crodonilson, Dr. Costa, Avantino, Sarafim, Paulo Sergio, Germano, José Leal, Dr. Agostinho, Dona Fatima, o Senhor Joaquim – o porteiro, a Dona Rosa – da lavandaria , Relvas, Espirito Santo, Adérito e Padre. Alberto Tavares, dentre outros.
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Miguel Einar Westerberg
Importa referir: que a “Oficina de S. José” foi criada em 1882 pelo Padre. Sebastião Leite de Vasconcelos, sacerdote nascido na freguesia da Sé e ordenado sacerdote na Sé do Porto. Com o nome original de Oficinas de S. José, destinava-se esta instituição de caridade a recolher menores pobres ou abandonados, normalmente do ambiente local. O trabalho e a cultura religiosa constituíam valências importantes do programa de formação, que justificava a existência das oficinas e da Capela contígua. Tendo sido nomeado Bispo de Beja, o Pe. Sebastião Leite de Vasconcelos entregou a Instituição à Diocese do Porto, a qual tem dados suficientes para testemunhar a qualidade e dedicação de quantos se têm dedicado à formação de sucessivas gerações de utentes, que por sua vez reconhecem geralmente que a Oficina de S. José os preparou para a vida familiar, social e profissional. E reconhece-se que uma instituição que nasceu com carácter assistencial, no séc. XIX, está a cumprir hoje uma função também correccional, aceitando receber crianças, adolescentes ou jovens ate aos 18 anos.

Em torno dos 14 anos, juntamente com os seus colegas de ciclo, participaram de um Concurso Ambiental feito pela Comunidade Economica Européia e Miguel Westerberg ganhou o seu primeiro premio. No ano seguinte conclui o sexto ano e ao iniciar o sétimo abandona a escolar para trabalhar como expediente na Firma Cotinho LTDA por apenas um mês, pois precisou ir urgentemente à Alemanha com o propósito de encontrar-se com seu pai, que acabara de fazer um tratamento de desintoxicação na Turquia e casara-se com a bailarina e pintora alemã, Anna Drink. Um mês depois regressa a Portugal, ao colégio e começa a trabalhar em Vila Nova Gaia, no Centro Paroquial Santa Marinha na ATL e jardim da infância, por um período de um ano e meio. Trabalho esse que lhe trouxe demasiado bem estar e realização pessoal, bem como auto-progresso, devido ao contato com crianças extremamente carentes que ali estudavam. Paralelamente se propõe a fazer um curso de artes plásticas na Cooperativa Árvore no Porto, mas nem se quer vem a concluí-lo, pois sente dificuldades de socializar-se em ambientes formais e fechados.

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PASSAGEIRO DE 2ª CLASSE
Com idade de 17 anos sai do colégio e passa a trabalhar e viver com sua irmã Cristina Migueis em Ermesinde, nos arredores do Porto. Dois meses depois deixa o trabalho para ir com o seu cunhado – Carlos Cunha – para a França em busca de melhores oportunidades de vida, o que, infelizmente, não acontece por não estarem em situação legal no paíe não dominar o idioma francês. Seu cunhado retorna a Ermesinde – Valongo e Miguel Westerberg decide viajar pela Europa: Bélgica, Holanda, Itália e Alemanha, onde residiu por quatro meses na casa do amigo Werner Brockstieger para cuidar do seu afilhado John Baptist.

Werner Brockstieger, professor catedrático, lhe ensina o idioma inglês e desperta nele o gosto pela leitura. A partir daí ele consegue desenvolver as suas capacidades intelectuais e culturais com muito mais empenho e maior desenvoltura, principalmente no campo das artes. Torna-se autodidata, aprende o espanhol e um pouco de francês. Se aprofunda na literatura e arte francesa, em especial a do século XIX e XX.

Prolonga seus estudos por mais sete anos e descobre o mundo fascinante do saber ao compartilhar idéias com vários artistas e ao visitar museus da Europa.
Grande parte da construção do seu conhecimento se deu informalmente, através do gosto pelas biografias dos grandes mestres conceituados, tais como Claude Monet, Vincent Van Gogh, Munch, Modigliani, Picasso, Pollock, dentre outros e da leitura de tudo que se referisse a obra de escritores e filósofos como Jean-Paul Sartre, Albert Camus, Marx, Freud, Fernando Pessoa, Jorge Amado, Eça de Queiroz e Emile Zola por estar relacionado com a corrente impressionista. Freqüentemente também mantinha diálogos com intelectuais em vários cafés.
Durante esse mesmo período viajou diversas vezes com o intuito de aperfeiçoar sua arte. No seu regresso a Portugal passa mais uma vez por Paris e dias depois se dirige a capital espanhola, com o propósito de contemplar grandes obras dos pintores espanhóis: Picasso, Dali, Miro dentre outros, tais como Velásquez e Grego. Já em Portugal retorna a casa da sua irmã Cristina, tomando conhecimento que seu cunhado Carlos encontrava-se trabalhando na Argélia, onde permaneceu por um período de sete meses e devido a conflitos religiosos naquela nação foi forçado a regressar.
Após o regresso definitivo do seu cunhado, por razões de incompatibilidade que se tornaram ainda mais freqüentes, decide deixar a casa da irmã e se sujeita a viver com os companheiros de trabalho em uma obra, que não lhes oferecia as mínimas condições de vida. Nesse mesmo ano é convocado pelas forças armadas Portuguesa para apresentar-se a uma inspeção, da qual vem a saber mais tarde por carta, que ficou apto, mas passou a reserva territorial devido a excesso de contingente. Por um período compreendido entre os 18 e 20 anos, Miguel Westerberg passou uma das piores fases da sua vida, pois não conseguia se entender com as irmãs e por essa razão teve que se sujeitar a um trabalho onde se sentia explorado. Isso lhe desencadeou uma grande depressão, que o levou a tentar suicídio. Depois de tantos dissabores retornou, mais uma vez, a casa da sua irmã, onde conheceu através deles, uma denominação evangélica da qual se tornou membro.
No final do ano de 1993 concorreu a uma vaga no ministério da educação, visando uma estabilidade financeira, o que lhe era muito difícil devido à falta de um currículo que lhe desse melhores oportunidades, principalmente no campo das artes, o que lhe foi possível somente no dia 24 de setembro de 1994, ao fazer sua primeira exposição com 20 aquarelas no Centro Sócio-Cultural de Ermesinde – Valongo, na qual vendeu 12 das obras expostas. Apesar de ter havido pouca divulgação, a exposição surpreendeu.
Ouve uma grande adesão e foi considerada uma das melhores até então feitas naquele espaço. Vindo até mesmo a ser publicada no Jornal de Ermesinde – Regional. Devido à convocação para se apresentar ao ministério da educação em Alvalade – Lisboa, aonde assumiu o posto de guarda noturno, Miguel Westerberg não pode estar presente à sua primeira grande exposição.
UM SONHO ADIADO
Em Lisboa, passa a viver no Vale da Amoreira – Barreiro, juntamente com uma comunidade de africanos de Guiné-bissau e Angola, tendo que se deslocar de ônibus, barco e metrô para chegar ao seu trabalho.
Certo dia, por ter que atravessar a cidade, acaba encontrando um grupo de artistas plasticos ao cruzar a Rua Augusta. Dentre eles o Telmo e a Vera Alexandra Carriche Monteiro, com quem vem a noivar mais tarde. Meses depois, adoece e é submetido a uma cirurgia de pneumotórax espontâneo, no hospital São José de Lisboa e fica impossibilitado de trabalhar por dois meses. Contrai matrimonio com Vera Monteiro no dia 21 de outubro de 1995 e passa a residir em Queluz – Sintra, na Avenida Miguel Bombarda em residência própria, que adquire com a ajuda da sua esposa. No ano seguinte recebe a notícia da morte do seu irmão, aos 28 anos após contrair AIDS.
Dia 16 de julho de 1997, nasce seu filho, o qual recebe o nome de João Baptista Monteiro Westerberg. Um ano depois o menino é internado por motivos de saúde – insuficiência renal – e é submetido a uma cirurgia bem sucedida que o leva a recuperar-se.
Nesse meio tempo faz sua segunda exposição de pintura com trabalhos de pastel a óleo e carvão no Restaurante de Comida Macrobiótica, situado na zona do Saldanha – Lisboa. No verão de 1999 vai com a família para o norte do país, passar férias na casa da sua irmã Cristina Migueis, quando, com muito pesar, recebe um telefonema no qual sua madrasta o notifica da morte do seu querido pai, que faleceu na cidade de Paris em uma sessão de Quimioterapia. No mês de dezembro, em meio às festividades de final de ano, participa de uma exposição coletiva de natal na Escola Voz do Operário no bairro da Graça. Dias depois chega o tão esperado “ano 2000”, trazendo consigo novas perspectivas para um outro século. No dia 10 de maio de 2000 participa do Concurso de Idéias “Vencer a Sida – prevenção nas diferentes culturas”, promovido pela Associação de Jovens Promotores da Amadora Saudável, no âmbito do plano de atividade de luta contra a AIDS, onde se destaca por ficar em primeiro lugar e receber o primeiro premio.
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Com o intuito de aperfeiçoar suas técnicas, Miguel Westerberg faz um curso de pintura na escola UITI – no Chiado – Lisboa, pelo mão mestre e Comendador – Silva Vieira, onde conheceu a pintora Luisinha e a pintora-poetiza Ana Paula Veiga a qual se tornou uma das suas melhores amiga e admiradora do seu trabalho até hoje. No ano de 2001 viaja para o Brasil com sua família onde ficam três dias em São Paulo e depois partem para visitar seu amigo Salvy em Goiânia – Goiás durante um período de um mês. Ao regressar a Portugal concorre a XI Bienal Internacional de Arte Vila Nova de Cerveira 18.08 com uma pintura, mas não é selecionado. Meses depois faz uma exposição de pinturas em Aquarelas no estilo abstrato, no Largo do Saldanha em Lisboa, precisamente entre o período de10. 09 a 30.10.
Certo dia, no metro de Lisboa, conhece a advogada Lena Coelho ao fazer um esboço de uma pintura que lhe chama a atenção. Ela, por sua vez, apresenta-lhe a bailarina Lisa C. Passam a ter contato freqüente com Miguel Westerberg e o inspiram a fazer uma de suas mais belas pinturas: “Café A Brasileiro”. É no restaurante Italiano no bairro do Chiado, entre o mês de outubro e novembro, que faz uma exposição e perde sete das suas obras, devido à falência do proprietário. Dentre elas, um dos mais belos retratos expressivos do seu filho João.
No final do ano de 2002, conhece o seu João Eduardo Campos, que o convida a fazer uma exposição em sua Galeria e Livraria Campos. Por ser um homem bastante culto, dentro do campo da literatura e das artes, ele cativa Miguel Westerberg de tal forma, que o mesmo passa a freqüentar sua galeria no intuito de absorver um pouco mais de conhecimento. Tornam-se assim bons amigos, apesar da diferença de idade entre ambos e, segundo M. West, porque o Sr. João Eduardo Campos é, sem duvida, uma das personagens mais carismáticas, que já conheceu.
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Ele até o compara a Vollard, por ter tido a oportunidade de conhecer e apoiar, ao longo da sua vida, bons artistas plásticos, escultores, poetas e escritores. Também é um homem rico em conhecimento devido às muitas viagens que fez pelo mundo a fora, fato que o leva a solidificar cada vez mais a amizade.

No dia 09 de janeiro de 2003, inaugura, com uma vernissage, sua primeira exposição na Galeria Campos, localizada na Baixa – Chiado em Lisboa e aproveita a oportunidade para lançar seu primeiro livro de poesias ”Uma sombra no deserto”. Devido à amizade entre ambos e a boa aceitação das suas obras, seus quadros passam a ser expostos permanentemente na Galeria Campos. É interessante mencionar que quando Miguel Westerberg se interessava por algum dos seus livros, eles faziam trocas por pinturas, pois um dos muitos objetivos dele era enriquecer a sua biblioteca. Em meados de maio concorre a 2ª Bienal de Escultura Ambientar-te na cidade de Leiria, com a obra: “Nós os Consumidores” e recebe o Diploma de Participação.
Precisamente no 11 de maio conhece João Carlos e ele o convida a expor na sua Galeria e Agência Fotográfica, onde também faz um curso de operador de vídeo, que o habilita a filmar casamentos, batizados e outros eventos culturais. João Paulo é uma pessoa mística e esse seu misticismo despertou Miguel Westerberg para compreensão da pintura surrealista, adquirindo assim, uma nova tendência para suas pinturas. As conversas, geralmente voltadas para o lado transcendental, lhe levaram a inclinar-se um pouco mais para o ocultismo. Reencarnação, pontos de chácara e tudo quanto se interligava ao misticismo, passaram a ser peças fundamentas para complementação das suas obras. A sua amizade se fez tão fundamental para Miguel Westerberg, que até hoje compartilham suas idéias através de cartas.
O FIM DO SONHO
Algum tempo depois, a convite de um amigo, expõe no átrio de entrada da Faculdade de Letras de Lisboa, juntamente com Vera monteiro. Nesse mesmo ano desentende-se com um amigo e com a Vera Monteiro, fato que o leva a sair de casa e divorciar-se. Passa assim a viver em Martim Muniz, no Largo do Terreirinho nº. 12 –1 esquerdo, no centro de Lisboa. Nessa mesma época, reencontra a Lisa, apaixona-se por ela e vivem um romance.

largo do terreirinho – lisboa

Todavia, passando-se alguns meses, ao ter a ilusão de que tudo estava começando a se reestruturar novamente, decidem terminar o relacionamento devido à incompatibilidade de genes. Com o fim de mais um relacionamento, vive momentos desoladores de depressão, que o levam a buscar um novo significado para a sua vida. É na arte, por mais uma vez, que encontra alento e as forças que tanto necessita para prosseguir o seu caminho. Sendo assim, certo dia ao passar pelo bairro de Alfama, entra em uma galeria de arte movido pela curiosidade e conhece
João Valério, um estudante de psicologia e proprietário da galeria Artifama, que se torna seu amigo no momento em que constata o quanto se identificam. Fato que os leva a compartilharem idéias afins sobre diferentes assuntos ligados a psicanálise e artes plásticas, dentre muitos outros temas. Vive uma experiência única e enriquecedora, que contribui com o seu desenvolvimento pessoal e o ajuda, gradativamente, a se restabelecer. João Valério se torna o seu mentor no campo da psicanálise e Miguel Westerberg o retribui com os seus conhecimentos artísticos. Mutuamente ambos trocam diversas experiências, que os tornam cada vez mais amigos.
Através dele, faz duas exposições coletivas na Galeria Artifama, juntamente com vários pintores, dentre eles: Eduardo Henrique, José Neto, Ana Paula Veiga, seus grandes amigos, Michael Barret, Góis Pina, Manuela Pinheiro, José Pádua, [Israel West], pseudônimo que Miguel Westerberg usava) entre outros. Após um ano de altos e baixos, no dia 03 de dezembro de 2004 o seu divórcio finalmente sai, mas também traz consigo algumas conseqüências nada agradáveis, pois é através dele que perde todos os seus bens e, por determinação judicial, a tutela do seu filho fica a guarda e cuidados da mãe. É impressionante como a mesma coisa que lhe devolve a “liberdade”, lhe aprisiona dentro de suas conseqüências catastróficas! O mesmo amor que outrora contribuiu para construção de uma possível vida estável acabou por destruiu todas as suas esperanças e expectativas de um futuro que julgava ser seguro. Mais uma vez pode contar com a sensibilidade de João Valério, que ao pressentir a desolação do amigo, o convida para passar o fim de ano, juntamente com outros colegas, em sua casa de campo, localizada em Gondramaz, arredores de Coimbra, onde também comemoram o 32º aniversário de Miguel Westerberg, descrito pelo próprio João Valério da seguinte forma:
“Sete pessoas e um bebe juntas durante três noites e quatro dias neste sitio isolado no cimo do monte. Um virado para a psicologia, outro para a física, outra para os números, outra para o design, outro para as contas, outra para a informática, outro pintor e outro que ainda tem de decidir o que vai ser quando crescer. Mas que grande mistura. No entanto foram dias excelentes quanto a mim. Se procuramos paz este sitio é o ideal. Apesar de regresso à civilização algo de lá permanece comigo. Ainda existem sítios em que podemos só pensar no que nos rodeia, essencialmente porque o que existe permanece estático e se algo muda é a nossa vontade. Ao som de Interpol, National Bank, Kent e outros, assim viajamos em memórias e sensações. Bem, Kent então é que marcou a madrugada de um de Janeiro/2005. Esse CD deu tudo que tinha a dar. Acho que agora só deve conseguir tocar três faixas. “Burn, Money Burn”. Os bons momentos voltam a nós. “
Bom ano para todos! …João Valério

O DESPERTAR

No final do mês de janeiro de 2005, em uma noite fria de inverno, tendo por companhia apenas o ruído do vento e uma melodia de Sebastian Bach tocando ao fundo, Miguel Westerberg liga o computador em busca de um elo de ligação entre ele e o mundo exterior. Ao verificar seus e-mails uma página lhe chama a atenção e em uma tentativa de se fazer ouvir, entra em um site destinado ao compartilhamento de idéias. Deixa uma mensagem que, mais tarde, vem a ser respondida por alguém que se encontra no outro lado do atlântico. Esse foi o primeiro contato dentre tantos outros que passaram a ter, levando-os a se manterem interligados. Foi o nome enigmático da pessoa que com ele se contatou, que mais o atraiu devido ao tom místico e sonoro produzido ao ser mencionado. Hadassa, pedagoga e professora de idiomas, passa a ser desde então, o princípio de sua nova fase chamada “O Despertar”.

Foi através dela que Miguel Westerberg consegue forças para idealizar uma nova perspectiva, que aos poucos lhe devolve a auto-estima e o faz acreditar na possibilidade de viver um novo amor. O contato entre ambos se intensifica de tal forma, que ele decide fazer um projeto de vida a dois e é levado a mudar radicalmente ao partir para outro país em busca de um recomeço. Enquanto espera pelo momento mais oportuno para mudar-se para o Brasil, prossegue com a realização de mais uma exposição “Estigmas”, no dia 04.02.05 no bairro da Graça – Lisboa.
No principio do mês de agosto, como uma forma de se despedir da Europa, faz uma viagem a Paris, onde fica por uma semana na casa de seu amigo Olivier Martin, na Rua Lepic 78. Lá procura reviver momentos que marcaram a sua juventude e principio do aprendizado dos seus conhecimentos que muito contribuiu para o seu amadurecimento artístico e pessoal. Regressa a Portugal e através da Galeria Século XVII, cuja proprietária é a dona Adelaide Valerio, mãe de João Valério, é convidado a expor duas das suas pinturas em uma exposição coletiva no hotel Roma em Lisboa. Antes de terminar o ano, no dia 5 de dezembro de 2005, tira férias do trabalho para visitar a sua irmã Cristina Migueis e seus sobrinhos em Ermesinde – Porto. Reencontra a irmã Mariana Migueis, os quatro filhos e toda a família se reúnem para festejarem o ano novo. Antes da meia noite pega uma garrafa de champanhe e vai com a sua sobrinha Tânia Cunha ao centro da cidade do Porto para assistirem à queima de fogos de artifício na Avenida dos Aliados. Celebram assim, juntamente com a passagem de ano, o seu 33º aniversário.
O RENASCER
O ano de 2006 surge e com ele a esperança de uma nova vida começa a se concretizar. Retorna então a Lisboa, pede afastamento do trabalho durante o período de um ano, despede-se dos seus amigos e, finalmente, no dia 27 de janeiro, viaja com destino a São Paulo – Brasil .
PERIODO VERDE E AMARELO
Sua estadia no Brasil o leva a focar-se cada vez mais nas artes plásticas, passando assim a estudar os movimentos artísticos e culturais, bem como as tendências dos pintores brasileiros. Visita o MASP, a Pinacoteca do Estado de São Paulo e o Centro Cultural Banco do Brasil, onde pela primeira vez tem a oportunidade de analisar a pintura Sul Americana, principalmente a do principio do século XX com os seus movimentos modernos.
Visita o Edifício Altino Arantes, ícone da cidade de São Paulo, que oferece um grande atrativo a população paulistana e a seus turistas. A Torre Banespa, devido à vista panorâmica de 360º, de onde se pode avistar até 40 km de distancia, fato que modifica a visão de Miguel Westerberg com relação ao Brasil, pois pela primeira vez conseguiu compreender a dimensão e riqueza do país.
O que o leva a mudar sua paleta, dando uma tonalidade de verde e amarelo as suas próximas obras. Através da internete cria um blog com a finalidade de se iniciar um novo movimento artístico, que recebe o nome de “Movimento Artístico Os Globalistas”, no qual os primeiros artigos apresentados são os seguintes:

Aos poucos Miguel Westerberg, se inseriu em vários eventos artísticos promovidos por associações relacionadas a cultura. É convidado pela Suzana Jardim para assistir a publicação do 29º exemplar do jornal PNOB, que saiu no dia 10/03/06 na casa das rosas, na avenida Paulista, 37:…São 14 horas da tarde em S. Paulo, o tempo é a ameno, pois uma leve brisa rasga por entre as fachadas dos velhos prédios. Lá embaixo há uma azáfama constante dos que vem e vão para partes incertas. É como se o mundo todo procurasse algo e esse algo, muitas vezes, lhes encapassem por entre os dedos. Às vezes sinto que, inconscientemente, eu mesmo me vejo em situação similar, quando algo me escapa e me leva a questionar o sentido desse paradoxo inconstante. Poderia descrever mil e uma coisas que em boa parte acabo por ignorar, sim, deixar escapar entre as minhas mãos, mas quando desperto a tempo, consigo tirar proveito delas para edificar a mim e aos demais que anseiam por despertar.
Talvez o meu despertar instantâneo ocorra pelo simples fato de ser artista plástico e estar atento a tudo que me cerca. Foi este conjunto de pensamentos e ideais, que me levou a escrever, pela primeira vez, para este jornal PNOB a convite da Suzana Jardim. Para nós artista a vida é um todo que se interliga e quando, por alguma razão, esse todo não faz sentido é ai que nós intervimos através da escrita, num poema, numa pintura sobre tela, numa escultura, na expressão de qualquer ator ou até mesmo nas letras de uma musica. Ontem, tal como hoje, posso dizer que tudo que sei é devido aos mesmos, eles são os meus mestres e eu o discípulo, embora algumas vezes os papeis se invertam. Escrevo isto porque tenho em mente que a verdade não esta apenas com um só individuo, mas ela é aparte integrante de um todo, que todos fazemos parte e é por essa razão que a minha verdade só se completa quando uma outra verdade se interliga e cria em si uma sintonia perfeita.
O jornal (PNOB) que quer dizer: “Pensar Não Basta” sente-se assim na obrigação de dar a conhecer aos leitores e interessados um pouco de um todo que constantemente nos passa ao lado.
Um forte e cordial abraço.
MIGUEL WESTERBERG – S. Paulo, 14 de março de 2006.
Nesse mesmo evento, com sua esposa, faz contacto com vários artistas, dentre eles,TELES ANDRÉ, Patricia Hessel, Marcos Nakasone, Douglas Leitão, Renato Amisy, entre outros. Expõe duas de suas obras “ Serenata e Ap 205” no café Adriane no centro de Diadema, em frente a sua residência. Participa pela segunda vez da publicação da 30º edição do JORNAL PNOB, desta vez com um desenho seu no dia 10.03.06 no qual também é divulgado o seu blog.
EXPOSIÇÃO PERTINENTE
A convite do artista plástico e amigo André Teles, participa da primeira Exposição Pertinente, realizada no dia 28 de abril de 2006, ao meio dia, na av. Paulista. Artistas do cenário contemporâneo, moderno e underground, reunem-se para a maior exposição coletiva dos últimos tempos. Artistas plásticos, escultores, fotógrafos, poetas, músicos e pensadores reunem-se no Parque Trianon na Avenida Paulista em São Paulo. Cada artista, com sua obra de arte, “passeia” formando uma Exposição Viva, vestindo Folha de Jornal como Parangolés! As obras foram expostas ao público passante com intervenções nas faixas de pedestres e nos corredores centrais das Avenidas. Com o objetivo de ter o reconhecimento do talento artístico de cada “expositor”, recriando a arte de valor, arte como moeda de mercado e como meio de ofício e renda.
Essa foi à oportunidade de conhecerem as obras e os artistas presentes, e assim, darem voz à Arte Multifacetada Brasileira. Para melhor reconhecimento do público presente, Sebastião Maria, artista plástico, sugeriu que cada um fosse identificado por um “PARANGOLÉ”, distribuído para cada artista no Trianon. O Parangolé tem como propósito “incorporação do corpo na obra e da obra no corpo” afirmou Hélio Oiticica. Uma folha de jornal foi utilizada pelo evento, “o participante virou a obra ao vesti-la, ultrapassando a distância entre eles, superando o próprio conceito da arte” H.O. A participação de cada artista foi voluntária e esta ação foi sugerida por André Teles artista plástico e motivada por Suzana Jardim editora do Fanzine PNOB, que criou o movimento cultural do zazaísmo. Releitura secular do dadaísmo, ao invés de negar o pensamento, “reconhece o pensamento e suas formas de expressão!”.
“É um momento de semear uma nova conduta para esta geração de virada de milênio; coletivizando as ações, realizando o somamos“. Afirma, Suzana Jardim.
O evento repercutiu em todo o Brasil através das redes de televisão Globo e Cultura, assim também como no jornal O Estadão do dia 27 e 28 de abril de 2006.
S.O.S EM SAMPA
Três dias depois, quando tudo parecia tranqüilo, Miguel Westerberg é acometido por uma forte crise de apendicite, que o leva a ficar internado no Hospital Municipal de Diadema (HMD) durante sete dias. Retorna para casa, mas devido a uma infecção é forçado a fazer uma drenagem e permanece com a cirurgia aberta por vários dias. Finalmente se recupera e tem alta definitiva. Em uma noite bastante conturbada, devido as dores que sentia, levanta-se da cama, vai até a janela da sua sala e qual não é a sua surpresa quando se depara com cenas chocantes: ônibus em chamas, policiais a revistar cidadãos na calçada das lojas e um clamor latente se expressa no rostos dos que passavam. Amanhece o dia e as noticias começam a revelar o caos vivido por todo o estado de São Paulo, devido a rebelião de penitenciários pertencentes ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

O ESTADO DE SÃO PAULO

Ataques e rebeliões continuam. Guerra do PCC já faz 72 mortos. Dois dias após ter sido deflagrada a maior onda de ataques do crime organizado já registrada no Brasil, o governo de São Paulo não havia conseguido controlar a violência. Até o início da noite de ontem foram registrados 113 ataques – atribuídos ao Primeiro Comando da Capital (PCC) – a policiais, delegacias, quartéis, prisões. O número de mortos chegou a 72, sendo 35 policiais, 3 civis, 19 bandidos e 15 presos. Nos presídios, a situação também se agravou. No sábado foram registradas 24 rebeliões, sem registro de mortos. Ontem, presos se amotinaram em 69 dos 105 presídios do Estado. Também houve tumulto em unidades da Febem nas zonas norte e leste de São Paulo, durante visita do Dias das Mães. No segundo dia de violência, a polícia partiu para o contra-ataque e, segundo números oficiais, 19 bandidos foram mortos em 24 horas. Sessenta suspeitos de participar dos crimes foram presos. O chefe do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, havia feito duas exigências para acabar com as ações no Estado: a liberação de visita aos presos no Dia das Mães e a entrada de 60 televisores em presídios para que os detentos pudessem assistir aos jogos da Copa.
Jornal O Estado de São Paulo – Maio / Junho de 2006
O maior estado do Brasil para completamente e os cidadãos de bem passam a viver presos dentro das suas casas até que a situação é parcialmente controlada.
COLETIVAS VERDE E AMARELO
O mês de maio de 2006 chega ao fim e exatamente no dia 28, Miguel Westerberg volta à ativa e participa de mais uma exposição coletiva em Embu das Artes com os artistas André teles, Sandra Parma, Mendell, Marcos Nakazone e os demais que fazem parte do movimento zazaista. As obras expostas foram: rosto feminino cubista, cinco da manha em São Paulo e formas trigonométricas. As duas ultimas também participaram do concurso VI Universo Feminino. Alem das pinturas expostas o evento prestigiou poetas, músicos e escultores, que encantaram o publico com suas obras. Para finalizar os zazaistas deram uma palestra sobre arte, ressaltando a importância de se preservar a arte indígena. Abaixo segue em ordem cronológica os demais eventos que o pintor Miguel Westerberg participou em São Paulo até o mês de outubro de 2006.
O Esporte através da Arte
De 04 a 29 de Julho, a convite de Norma Amaral, Miguel Westerberg expõe no Alphaville Tênis Clube em uma coletiva que teve o desporto como tema principal devido à copa do mundo. Juntamente com ele participaram os seguintes pintores: Giuseppe Ranzini, Yesa Nancy, Cliuton Jr. Chris Burdelis e muitos outros. O evento foi publicado na revista VERO de Alphaville e no jornal da TV cultura.Brasil.
Mostra de Arte de Diadema
Nesta sua 6 edição, a Mostra de Arte de Diadema recebeu 375 inscrições, num total de 750 obras inscritas. Cada área artística – Artes Plásticas, dança, desenho de humor e quadrinhos, fotografia, musica, poesia e conto, teatro, vídeo – contou com uma comissão organizadora formada por assessores e agentes da secretaria de cultura e representantes dos artistas da cidade, indicados pelo fórum municipal de Cultura, e desde o primeiro momento colaboraram na concepção e organização do evento.
A título de estímulo aos participantes, desde 2003 a Mostra incorpora o Prêmio Cultural Plínio Marcos, que agracia os três melhores artistas e obras em cada uma das oito categorias. As premiações são resultados da análise estética feita por oito comissões julgadoras, formados por artistas e críticos de renome, especializados em cada categoria. Cada corpo de jurados realizará também, em encontros com os artistas locais, uma apreciação crítica do conjunto dos trabalhos participantes, aberta a todos os interessados. Assim, artistas e público poderão ter acesso não apenas à produção artística da cidade como também à reflexão crítica e estética sobre essa produção. A mostra de ARTE DE DIADEMA tem sido, nestes seis anos, a principal ação de difusão cultural da cidade de voltada aos artistas locais. Seu objetivo maior é oferecer um painel amplo, diversificado e atual da produção artística em Diadema. nesse sentido, sempre buscou ser o mais inclusiva possível, estando aberta não só aos artistas residentes, mas também àqueles que mantêm vínculo artístico e cultural com o município. Em 2006 ampliamos os dias de apresentações da Mostra em diversas categorias, para que a seleção dos trabalhos participantes pudesse ser ainda mais abrangente.
A cerimônia de premiação e encerramento ocorre entre 07 de julho a 11 de agosto.
Boa sorte a todos os participantes.
Á Direção
O Prestíssimo – PNOB
Miguel Westerberg participa na exposição coletiva no bairro dos Jardins durante o lançamento da 32ª edição do Jornal PNOB, no qual escreve um artigo referente ao Movimento Artístico Os Globalistas e expõe uma tela retratando o centro de São Paulo em forma trigonométrica. Nesse mesmo evento ocorreram outras manifestações artísticas em forma de musica e poesia.
Exposição Fisk
Ao fazer esta exposição de pintura, me predispus e pensei cada tela como penso naquele que um dia a vai observar. Sabe, eu poderia ter feito uma exposição só de trabalhos abstratos, mas cheguei a uma conclusão: existe uma vontade no ser humano de poder ver algo ainda visível, isto é, formas clássicas…, algo que tenha um rosto, uma casa ou ruas e ate mesmo animais, porque este é o nosso mundo e ele deve conter cada um destes temas. Assim nasceu esta exposição, feita com carinho para um povo que anseia tantas coisas boas e que ama a vida em todas as vertentes. Quem esteve presente pode sentir algo muito típico do Brasil, tais como as cores, o verde e amarelo que se interligam com o ocre, a cor da terra, porque o Brasil é isto mesmo: o “pulmão” do mundo! Logo o meu primeiro dever e respeito foi para estas três cores…, quem sabe um dia as gerações futuras poderão olhar para cada uma destas telas e dizer: houve um dia uma geração de artistas, que descreveu o Brasil tal como ele sempre foi…, verde e amarelo com cheiro de terra. Uma obra de arte não nasce de um dia para outro…, leva o seu tempo, às vezes meses, anos e outras vezes só é compreendida séculos depois por outras gerações, as que viveram depois de nós. Por isso, quando se esta perante uma tela ou qualquer obra de arte é preciso sentir o tempo que estamos a viver. Eu chamo isto de viver a historia e senti-la com nostalgia, porque a historia é feita de pequenas historias…, as das nossas vidas.
Esta é a minha historia, dos quais todos vós quando participantes poderão um dia dizer: eu estive ali, falei sorri e senti o tempo, que será um dia eterno, tanto para vós como para aos vossos filhos, netos e ate mesmo bisnetos, porque a arte pela arte tem este poder, de fazer despertar certas emoções, que são o elo que liga o passado ao presente e o presente ao futuro para ele se transforme em algo enriquecedor. Arte pela arte, ou retorno dos ismos, poderia ser este o titulo da exposição, mas deixo para cada um de vós uma sugestão independente, já que cada indivíduo carrega dentro de si um elo que o interliga com arte. A Arte de sorrir, de amar, ou de estar presente em situações difíceis, enfim um sem numero de artes que tem a ver com arte de sentir. Mas esta é arte que vos deixo, arte de pintar uma tela e através da mesma tentar despertar certas emoções. Pois elas falam quando são observadas por vós e dizem apenas o que cada um sente e anseia dizer. Sendo assim, nesta exposição de pintura acrílica retrato o mudo tal como ele hoje se apresenta, o meu mundo, que é também vosso, onde as linhas simbolizam estradas ou caminhos, os traços, as sombras e a cor é vida que nos cerca. Nesta exposição é possível ver dois estilos completamente diferentes, mas que se interligam: o estilo clássico e o abstrato, que fiz com o propósito de interligar uma geração a outra geração, a contemporânea e a global.
A contemporânea que muitas vezes esta ainda fechada no circulo do que é visível as formas clássicas, mas a nova geração a global, apenas necessita de uma arte que os transporte ao mundo abstrato. Foi por isso que separei os dois tempos e ao mesmo tempo os interliguei. Estou convencido que a minha idéia é apenas o resumo deste todo que a partir de agora temos que nos adaptar a uma nova era, a era global.
Sejam bem-vindos e aprecie por que esta exposição foi feita para si.

Miguel Westerberg – 2006-08-24

FESTA DA HISPANIDAD
No dia 12 de outubro, os países hispânicos celebram o Dia de la Hispanidad. Foi no ano de 1492, depois de setenta dias viajando nas caravelas Santa Maria, Pinta e Nina, enfrentando o nervosismo e desespero da tripulação, que um marinheiro gritou da torre de vigia: “Terra! Terra!” Pouco depois, Cristovão Colombo, seguido pelos tripulantes dos três barcos, desembarcou numa ilha das Antilhas, a qual deu o nome de São Salvador: tinha sido descoberta a América e a partir desse dia passaram a celebrar a festa de la hipanidad em todos os paises Ibéricos.
Como o Fisk é uma escola de idiomas, costuma celebrar as datas comemorativas referente aos paises de língua inglesa e espanhola. Sendo assim, a convite dos coordenadores Paulo e Marisol, Miguel Westerberg participa da celebração com a doação de duas de suas obras na unidade de Taboão da Serra. Uma ao Instituto Brasileiro do Câncer (Casal Nordestino) e a outra a secretaria de Educação de São Paulo (Peixes), já que o intuito da festa é angariar fundos para instituições filantrópicas.
PALESTRA NA FACULDADE DE DIADEMA
Devido à semana da cultura do curso de Letras e Pedagogia da FAD entre os dias 09 e 13 de outubro, Miguel Westerberg é convidado a dar uma palestra abordando a repercussão da arte e seus movimentos através dos tempos.
Com a ajuda da sua esposa e utilizando uma apresentação de slides do PowerPoint, expõe no data show uma linha do tempo explicando o que é arte e o surgimento dos movimentos desde 1872 quando surge o Impressionismo, ate a era atual no qual finaliza com os primeiros passos do Movimento Globalista.
Miguel Westerberg – SP / Brasil – 2006-08-09
http://miguelwest.multiply.com/
CONTINUIDADE
Este é o princípio de uma nova era, que certamente representará o surgimento de um novo movimento artístico, que gradativamente vai se solidificando em várias partes do globo terrestre.
Atualmente MIGUEL WESTERBERG reside no Brasil continua com a realização de seus projetos, que envolvem algumas exposições já realizadas, palestras sobre arte contemporânea em escolas e universidades, o aperfeiçoamento e busca de inovação para aprofundar ainda mais os seus conhecimentos, pois, de acordo com ele “O nosso presente só pode ser o repensar do passado para melhoria do futuro”.
FIM
VIDA E OBRA DO ARTISTA PLASTICO
MIGUEL WESTERBERG

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~ por miguelwest em 5 de Junho de 2006.

9 Respostas to “VIDA E OBRA DO PINTOR MIGUEL WESTERBERG”

  1. gracias por el comentario que dejaste en mi blog:) adoro brazil!! buen blog!
    saludos desde España!

  2. MIGUEL MEU CARO AMIGO
    ESTOU LENDO SUA HISTORIA…
    EH TOCANTE
    VC EH UM GUERREIRO,UMA PESSOA SINGULAR QUE PASSOU POR TANTA COISA RUIM NA VIDA E MESMO ASSIM NAO SE DEIXOU ABATER,NAO DEIXOU A LUZ DA ARTE APAGAR DENTRO DO SEU CORACAO E DA SUA ALMA
    SUA ARTE TAMBEM SERA LEMRADA E SEU LEGADO SERA LOUVADO …
    TE ADMIRO DEMAIS

  3. Really amazing! Useful information. All the best.
    »

  4. Jornal Veja Paraná – Notícias de Guarapuava e Região – Guarapuava – Paraná – Guiomar Baldissera (http://www.jornalvejaparana.com.br/wmnews)
    Globalização mais que uma simples palavra…
    – 02 Agosto 2006 – 15:47
    (Postado Por: Luiz Ortiz)

    Dentre tudo que foi possível compreender cheguei a esta conclusão: a globalização existe, mas não há bases sólidas nem suportes para que ela beneficie todos

  5. parabens miguel westerberg adorei o seu blog, q vida né..mas tudo bem .. suas obras são nota 10 .

    Filomena Cabral Da Silva
    timor leste

  6. adorei o seu blog .. esta lindo.. belas pinturas e uma historia de vida muito intença ..

    sandra rosario
    portugal

  7. uma lição de vida parabens miguel .. suas pinturas tambem são lindas

    carlos sousa – brasil
    pernambuco

  8. tudo esta perfeito.. adorei..
    é um dos melhores blogs q já vi e li..

    bjsss
    carolina da luz – porto

  9. UM GRANDE ARTISTA PARA O SECULO VINDOURO,,, ADOREI

    MARIA

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